sábado, 4 de setembro de 2010

Obsessão

Apercebi-me de que toda a gente acha estranho a minha obsessão por música. Às vezes prefiro estar a ouvir música do que estar com alguém. No carro, em vez de conversar, prefiro ligar a rádio muito alto, ou ouvir música com fones, e cantar. E parece que ninguém percebe como é que eu sei TODAS as músicas que ouço de cor.

Admito, é estranho para quem observa. Mas não o é para mim. Porque, até hoje, não descobri melhor maneira de sonhar acordada do que ouvir música e cantar. E sonhar acordada pode parecer estranho, mas quem já experimentou sabe, é muito bom.

Se apagar as luzes do quarto, puser música a tocar com o volume no máximo e me deitar no chão, sou capaz de ficar assim duas horas sem me aperceber do tempo passar. E o quarto escuro transforma-se num mundo completamente diferente.
Dar uma volta sozinha em lugares desconhecidos, a ouvir a minha música preferida afasta-me dos problemas. Vou andando, observando, descobrindo, e, claro, ouvindo. A música é dona de mim, e eu sou dona daquele pedaço da terra, por instantes.

Quando canto, tenho que cantar alto, para saber que posso fazer-me ouvir. Cantar faz-me pensar no passado, no presente e sobretudo no futuro de forma positiva. Posso cantar durante horas, posso ficar rouca, mas enquanto a minha voz funcionar, é difícil que pare por vontade própria.

Mas, enquanto escrevia os parágrafos anteriores, tive tempo para pensar naquilo que me faz dispensar a música:
Saber que há outro mundo além do meu, que, apesar de estar CHEIO de problemas, pode ser bastante mais divertido do que um quarto escuro ou um passeio sozinha.

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