sábado, 20 de março de 2010

Uma pausa para pensar...

Quando acordei, abri a janela e olhei para o céu. Estava azul e uma bola amarela chamada sol brilhava muito. Estava tudo tão bonito que resolvi sentar-me numa cadeira no jardim e ficar a olhar para cima. Não havia nuvens. Então fiquei lá a olhar a beleza durante algum tempo, até que surgiu uma pergunta na minha cabeça: Por que é que o céu é azul?
Pensei durante um bocado na pergunta, mas não havia maneira de responder. Olhei mais fixamente para o céu com uma cara de ignorante que não conseguia desfazer de maneira nenhuma, até olhar para o relógio. Tinha ficado a olhar para o céu durante quase uma hora! Era altura de fazer outras coisas.
Então levantei-me da cadeira e estava a sair do quintal quando pensei no tempo. Para que serve? Será que a vida poderia ser vivida se nós fizéssemos as coisas às horas que nos apetecesse? Quero dizer, às horas não, porque elas não existiriam.
Talvez fosse um pouco confuso, para a vida que as pessoas levam hoje em dia… Mas antes de se inventarem as horas as pessoas organizavam-se na mesma.
A minha cabeça já estava maluca por isso achei que ir até à praia me ajudasse um pouco. Fui molhar os pés e tive uma sensação de alegria que só tinha mesmo quando molhava os pés com água salgada. E pequenas ondinhas me molhavam até aos joelhos. Mas isso era só na beirinha da água. Lá no fundo, as ondas grandes quebravam fortemente, e eu sentia-me bem a ver aquilo. Mas só depois pensei: “ Porquê estas ondas todas? Porquê elas existem?” E fiquei a pensar nisso durante um bom tempo, entretanto as pequenas ondas continuavam a molhar-me os joelhos, o que me deixava ainda mais confusa... Achei melhor voltar para casa e trancar-me num quarto sem olhar para nada. E foi o que fiz.
Tranquei-me no meu quarto e tapei os olhos com as mãos. Mas passado minutos fartei-me daquilo. Levantei-me e saí do quarto a correr. Qual era a graça de ficar presa num quarto com as mãos nos olhos, à espera de resolver algum problema?
E graça fez com que eu me lembrasse de uma pergunta: “ Porquê nos rimos e choramos? Que coisa tão esquisita! Quando estamos tristes deitamos água dos olhos e quando estamos felizes soltamos um som esquisito e fazemos caras estranhas...”
Abanei a cabeça. Estava tudo tão esquisito nesse dia...
Fui dar uma volta por aí, para ver se me refrescavam as ideias. Por volta da hora do almoço, todas as raparigas estavam a entrar nos restaurantes com os seus namorados. Na verdade,também eu estava apaixonada.
Mas, outra vez, para estragar tudo, veio-me outra pergunta à cabeça: “Porque nos apaixonamos? Quero dizer, sentimo-nos estranhos ao pé de uma pessoa e depois andamos de mãos dadas e a dar beijos...”
E depois juntei todos estes pensamentos e percebi que o objectivo da vida é mesmo não perceber nada. Não haveria nada de especial na vida se o céu não tivesse cor,se as horas não existissem, se o mar não tivesse ondas, se nós não achássemos graça a nada e não tivéssemos momentos tristes e, principalmente, se não amássemos.



Sou feliz se estiver perto de quem amo. Que me interessa a razão?

2 comentários:

  1. É isso,deixa rolar , que vai dar tudo certo.
    Todo mundo pensa às vezes coisas estranhas , mas quando alguém escreve sobre elas , parecem tão normais...Ainda bem que você escreveu!

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  2. Lindo! Mas o mais esquisito mesmo é de vez em quando começar a cair água do céu. Água??!! Do céu?!!! E aí as pessoas terem uns telhadinhos portáteis que abrem e levam pela rua, na maior, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

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